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"A cultura forma sábios; a educação, homens." Louis Bonald

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval no "João"


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Turma 3º ano - Manhã








   


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Alunos 9º ano Tarde

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  • Início da prática do carnaval no Brasil: o entrudo
A história do carnaval no Brasiliniciou-se no Período Colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era bastante popular.
Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem com os escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço, havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.
Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas.
A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.
  • Cordões, ranchos e marchinhas
Todavia, as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884
As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, e o nome originário mais conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música Abre-alas. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.
  • Afoxés, frevo e corsos
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e os Pândegos da África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930.
  • Escolas de samba e Trio elétrico
Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba na década de 1920. As primeiras escolas teriam sido a Deixa Falar, que daria origem à escola Estácio de Sá, e a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as escolas ocorreu em 1929.
As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi Os cabelos da mulata, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década ficou conhecida como a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década.
Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmarutilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Todavia, o nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois.
O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreiraadicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do Brasil.
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.*
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco *
  • O Sambódromo carioca e os desfiles
As escolas de samba e o carnaval carioca passaram a se tornar uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais começaram a investir na tradição cultural. A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na avenida Rio Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período.
Em 1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais símbolos do carnaval brasileiro.
O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural.
* Crédito da imagem: Adam Gregor e Shutterstock.com
Por Me. Tales Pinto

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Acolhimento- Parte II





























E foi com muita alegria que demos início ao ano letivo em nossa escola!!!

Acolhimento- Parte I

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão."
Clarice Lispector

Conhecendo as crianças, jovens e adultos da nossa escola
Considerando os contextos locais e suas especificidades, apontamos algumas questões que podem servir de ponto de partida para conhecer nossos estudantes:
 Quem são as crianças, jovens e adultos que estudam na nossa escola?
 De onde vêm? Quais os caminhos percorreram até aqui?
 Quais seus desejos, sonhos, anseios?
 Quais suas dificuldades, desafios e limitações?
 Que oportunidades eles acessam ou não?
 Quais os sentidos que compartilham sobre a escola, a educação e o aprender?
 Como esses sujeitos têm contribuído nos processos de construção coletiva da escola?
 Quais espaços escolares são destinados ao diálogo com eles/elas?
 O que a escola pode fazer para ampliar e fortalecer a participação dos estudantes na gestão?
 Por que é importante envolver os estudantes da escola na construção da sua política?
Estas perguntas devem orientar a construção das atividades de recepção dos estudantes, que podem ter variadas configurações:
 Rodas de conversas com estudantes da escola, buscando mesclar as turmas e professores;
 Desenhos feitos com as crianças sobre seu cotidiano;
 Atividades artísticas sobre a realidade das crianças;
 Saídas pelo entorno da escola para conhecer esse território;
 Oficinas variadas: teatro, produção de texto, rádio, dança etc.;
 Saraus e shows;
 Gincanas e torneios esportivos.
Todas essas atividades devem ter como objetivo central criar um espaço de participação coletiva, para que todos e todas possam se sentir sujeitos do seu processo de formação.

 Tempo de Acolhimento
Sugerimos que as escolas ofereçam uma programação de acolhida aos estudantes em pelo menos três dos cinco dias letivos, havendo também a possibilidade de programar atividades para toda a semana. A ideia é que este seja um momento de encontro, troca, definição coletiva de regras, definição de projetos e principalmente de construção de um sentimento de pertencimento a esse espaço. Nesse sentido, devemos dar uma atenção especial aos jovens que responderam SIM à campanha VEM e voltaram às escolas.
As atividades poderão ser ofertadas na quadra, em salas de aula ou em outros espaços da escola ou da comunidade. Também é possível trabalhar com agrupamentos diversificados, organizando os estudantes por idade, por interesse, por proximidade de moradia, por turma, em assembleia. Os professores também podem se organizar de forma diversa para a condução das atividades: em duplas, individualmente, em grupos ou em assembleia.
Uma atividade pode ser pensada para um grupo específico de estudantes ou para várias turmas e anos, podendo haver, inclusive, uma mesma atividade voltada para todos os estudantes da escola.
A escola deve aproveitar o momento de acolhida para mobilizar os estudantes para discutirem as questões da escola, inclusive sobre regras e deveres individuais e coletivos. Também é oportuno que eles discutam e planejem formas de organização, por meio, por exemplo, da criação de Grêmios Estudantis, eleição de representantes de turma e da participação nos Colegiados Escolares. Outra sugestão interessante para a escola é a de levantar o perfil dos educandos por meio, por exemplo, da aplicação de questionários.
Assim como no Tempo de Planejamento, é importante fazer o registro de todo o processo através de instrumentos diversos: fotografia, vídeo, relatos, depoimentos.
Todas as atividades desenvolvidas nessa semana de acolhimento têm como propósito transformar nossas escolas em territórios educativos sustentáveis, em espaços de cultura viva, de respeito à diversidade e de combate às desigualdades e de promoção da educação integral.
Se nossa perspectiva é construir uma escola com todos, então que caminhemos juntos.
( Trechos da carta de Augusta Aparecida Neves de Mendonça)