BIOGRAFIA DO PROFESSOR E FARMACÊUTICO JOÃO MENEZES Professor Luís Augusto Júnio Melo

BIOGRAFIA DO PROFESSOR E FARMACÊUTICO JOÃO MENEZES

Professor Luís Augusto Júnio Melo

O professor e farmacêutico João Menezes, era natural da cidade de Guapé, onde nasceu aos 2 de agosto de 1899. Seus pais eram Antônio Pio de Menezes e Maria Cândida Menezes, uma curandeira que fabricava muitos remédios caseiros.

         Diplomou-se em Alfenas no curso superior de Farmácia em 1922. No ano seguinte veio para Piumhi para auxiliar o também farmacêutico Fábio Soares de Melo, nomeado para o cargo de Coletor Estadual. Dessa forma, recém-formado vem para uma cidade estranha, assumir a gerência de uma farmácia conceituada. A profissão de farmacêutico naquela época não se resume em cuidar de uma farmácia ou botica, pois eram eles que muitas vezes receitavam, clinicavam e até operavam se fosse necessário e houvesse falta de médicos, portanto uma profissão de grande responsabilidade.

         Mesmo diante de tantas responsabilidades e a falta de experiência conseguiu com seus próprios esforços e competência conquistar e cativar todos habitantes desta hospitaleira cidade. Dizem que na sua juventude esbanjava beleza e simpatia, o que fazia muitas meninas da época suspirarem um casamento. Para completar seu leque de adjetivos e qualidades adicione a inteligência e a maneira simples de falar, permitindo que todos compreendessem o que falava.

         Em curto espaço de tempo tornou-se proprietário da farmácia, sempre trabalhando eficientemente, com muita dedicação e sempre fazendo uso de seus conhecimentos adquiridos na sua formação universitária, associado aos que a vida lhe proporcionava. Tornou-se um amigo leal do Dr. Avelino de Queiroz, que o tinha como pessoa de extrema confiança. Ao lado deste prestimoso médico na Santa Casa de Misericórdia de Piumhi, João Menezes teve a oportunidade de servir por muitos anos voluntariamente como chefe da Farmácia daquela instituição e como auxiliar nas cirurgias ali realizadas.

         Em 1926 lança com bastante confiança e habilidade na Farmácia Menezes o vermífugo Fenoleína, que foi muito bem aceito pela população, permitindo a minimização de uma das piores moléstias que afligia nossa cidade. Era grande conhecedor dos antigos manuais de medicina, chamados de Chernoviz, pois se aplicava constantemente aos estudos, principalmente das principais referências médicas e farmacêuticas.

         Aos poucos se tornou um médico para os pobres, receitando e manipulando medicamentos sem nada cobrar. Andava dia após dia a visitar os doentes, aplicando injeções e cuidando de todos que precisassem de seu carinho e sua copiosa bondade.

         Ao lado do Juiz de Direito da Comarca de Piumhi, Dr. Francisco de Paula Rebello Horta, fundou a Escola Normal “Dr. Francisco Campos”, que a partir de 1928 proporcionou muita cultura às jovens piumhienses que buscavam a carreira de professora. O professor João Menezes lecionou na Escola Normal muitas matérias, além de ocupar altos cargos administrativos desta instituição de ensino.

         Um homem de tantas virtudes não ficaria fora do cenário político, sendo, portanto eleito para o cargo de vereador em 1936, demonstrando amplo conhecimento sobre leis e códigos. No campo judiciário exerceu por muitos anos o cargo de Adjunto de Promotor de Justiça desta Comarca, desempenhando essa função com inteligência, responsabilidade e lealdade. Como esportista foi presidente do Atlético Piumhiense Futebol Clube. Dotado de grande capacidade de falar em público, além de ótimo jornalista, sempre aplicava esses dons em favor de nossa cidade.

         Aos 5 de outubro de 1924 casou-se com Alcemina Rezende Silva, filha de tradicional família piumhiense, com que teve 6 filhos: Marcílio Menezes; Darcílio Menezes; Helvídio Menezes, estes já falecidos; Plauto Menezes e Marília Menezes, Maria Inês Menezes.

         Enfermo de câncer buscou tratamento na cidade de Belo Horizonte, e aos 22 de abril de 1965, contando com seus 66 anos de idade veio a falecer. Devido ao fato de um de seus filhos ser médico naquela cidade conseguiram a liberação de seu corpo que no mesmo dia de sua morte repousaria sob o solo do Cemitério da Saudade de Piumhi. Pouco tempo depois recebeu a justa e merecida homenagem de ceder seu nome a uma escola estadual de Piumhi.